A limitação dos Registros Civis na comprovação da Autodeclaração Racial

As políticas de cotas raciais nos concursos públicos do Brasil, estabelecidas pela Lei Federal nº 12.990 de 2014, reservam 20% das vagas para pessoas negras (pretos e pardos). Essa medida visa mitigar o impacto do racismo estrutural, assegurando acesso e representatividade a grupos historicamente marginalizados. No cerne dessa política, encontram-se as bancas de heteroidentificação racial, essenciais para a aplicação efetiva e justa das cotas. Nas seleções de concursos públicos e vestibulares, as bancas de heteroidentificação são frequentemente contestadas pela tese que defende a utilização dos registros civis como prova da condição racial do candidato.

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Percepções do exercício de avaliação em banca de heteroidentificação racial

A banca de heteroidentificação (BH) racial no Brasil surge como mecanismo complementar para a efetiva aplicação da política pública de reserva de vagas em concursos públicos (Acesso as universidades). Sua aplicação trouxe desafios múltiplos e necessidade de permanente avaliação de sua efetividade para o seu público alvo: A população preta e parda que sofrem os efeitos do racismo. Dentro desta perspectiva, este artigo objetiva trazer luz a fatores técnicos que podem comprometer a percepção das características fenotípicas de cor da pele dos candidatos submetidos à banca de heteroidentificação realizada a distância. Além disso, discorrerá sobre princípios* norteadores que podem auxiliar os membros da banca BH a elaborar pareceres consistentes.

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Museu da História da Escravidão, Justiça e Liberdade

Foto – Cristóvão Colombo – Largo da Mariquita

Após o brutal assassinato de George Floyd pela polícia norte americana, uma onda de protestos iniciada nos Estados Unidos tomou uma forma particular que gerou intensos debates em todo o mundo: a derrubada de estátuas de personagens históricos ligados direta ou indiretamente a processos de escravização e de colonização.

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O Governo Federal é incapaz de responder as grandes crises

O Governo Bolsonaro é incapaz de responder aos desafios que a sociedade brasileira enfrenta. É flagrante a desarticulação do governo para reagir às grandes crises vividas até aqui. Isso foi demonstrado no desastre ambiental gerado pelo vazamento de óleo no litoral brasileiro, com grande impacto nas praias nordestinas; além do vertiginoso aumento das queimadas na floresta amazônica. Agora, enfrentamos uma crise econômica e uma epidemiológica (com o novo coronavírus). Ambas revelam, mais uma vez, a má gestão governamental na busca de conter esses impactos.

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Por que não agiram logo que o óleo apareceu nas praias?

Por Jorge X
Arquivista da Defensoria Pública da União da Bahia (DPU-BA)

O Nordeste brasileiro sofre um desastre ambiental sem precedentes com o aparecimento de manchas de óleo que atingem toda a costa. Os prejuízos ambientais são incalculáveis, mas o que chama a atenção é a falta de informação em torno do desastre. Sabe-se que até o presente momento ainda não há um desfecho da origem e nem das causas do vazamento, além de causar surpresa a ausência de informações acerca da execução do marco legal existente.

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Como trabalhar na Gestão de Processos Jurídicos

Por Jorge X
Arquivista da Defensoria Pública da União da Bahia (DPU-BA)

Como administradores, arquivistas, bibliotecários e secretárias executivas podem trabalhar na gestão de processos jurídicos de modo a tornarem-se mediadores da informação nesse contexto? A resposta para essa pergunta está no aprendizado das técnicas da Arquivologia, do Direito e das Plataformas de gestão de processos jurídicos. A ausência desses conhecimentos leva a consequências bastante comuns, entre as quais destaca-se a perda de prazo processual, situação que pode resultar na extinção do processo sem julgamento de mérito1.

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